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Terça-feira, 12 de Agosto de 2025
Busca por desaparecidos em Icaraíma: Polícia detalha novos rumos da investigação
Correio do Ar

Uma entrevista coletiva foi realizada no auditório da 7ª Subdivisão de Polícia Civil (7ª SDP) de Umuarama para esclarecer o andamento das buscas por quatro homens desaparecidos desde a última terça-feira (5) em Icaraíma, região de Umuarama. Alencar Gonçalves de Souza, morador de Icaraíma, e os paulistas Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso sumiram após se deslocarem ao município para cobrar uma dívida. As investigações apontam a possibilidade de homicídio.
A força-tarefa, composta por equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, atua de forma incessante para localizar os desaparecidos e obter informações relevantes para o caso. O trabalho conta com o emprego de aeronaves, embarcações, cães de faro especializados e todo o efetivo e equipamentos disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR).
Detalhes da operação
Na coletiva, o delegado-chefe da 7ª SDP, Gabriel Menezes, o delegado de Icaraíma, Thiago Andrade Inácio, o comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar (25º BPM), Major Gimenez, e o comandante da 1ª Companhia do Corpo de Bombeiros, Major Cézar Perdoncini, apresentaram informações sobre as diligências em curso. A Polícia Civil trabalha com a principal hipótese de homicídio.
Segundo apuração, Alencar teria contratado os três homens de São Paulo para cobrar uma dívida referente à venda de uma propriedade rural avaliada em R$ 250 mil à família Buscariollo. Os devedores e principais suspeitos do desaparecimento são Antônio Buscariollo, 66 anos, e seu filho Paulo Ricardo Costa Buscariollo, 22 anos, ambos foragidos desde a decretação de suas prisões preventivas na sexta-feira (8).
Atuação das forças de segurança
O major Gimenez informou que as equipes da Polícia Militar iniciaram as buscas imediatamente após o desaparecimento ser comunicado, contando com efetivos de Icaraíma e Umuarama, além do apoio de aeronaves. Informações recebidas são constantemente checadas e compartilhadas com a Polícia Civil. No sábado (9), uma arma foi apreendida em uma das ações.
O Corpo de Bombeiros, sob comando do major Perdoncini, iniciou os trabalhos na quinta-feira (7) e emprega cães de faro e equipes aquáticas com uso de sonar para vasculhar os rios Paraná e Ivaí. Um dos cães detectou o odor de Alencar no pesqueiro da família Buscariollo, o que levou à mobilização de equipes de Londrina e Curitiba. As buscas aquáticas já percorreram 130 km de rio e 160 mil metros quadrados apenas em Porto Novo.
Avanço das investigações
O delegado-chefe Gabriel Menezes relatou que as investigações começaram na quarta-feira (6), após o registro do desaparecimento. Confirmou-se que Alencar contratou os três paulistas – profissionais com 13 anos de atuação em cobranças de dívidas, segundo familiares – para cobrar o valor devido pela família Buscariollo. A propriedade rural foi transferida para um membro da família em agosto de 2024, sem que o pagamento fosse efetuado.
Após um primeiro contato com os devedores na segunda-feira, os quatro retornaram na terça para nova tentativa de cobrança. Desde então, não houve mais contato com as famílias, que não dispõem de detalhes específicos sobre a negociação.
O delegado de Icaraíma, Thiago Andrade Inácio, informou que todas as localidades possíveis, incluindo rios, foram checadas pelas equipes. A principal linha de investigação permanece sendo homicídio, já que não houve pedido de resgate ou qualquer contato posterior ao desaparecimento.
A Polícia Civil também investiga informações extraoficiais sobre possível envolvimento de outro filho de Antônio Buscariollo e de que os corpos poderiam estar no Paraguai, mas não há indícios concretos nesse sentido. A hipótese mais provável é que o crime tenha ocorrido em Vila Rica do Ivaí, onde se perdeu o contato com os desaparecidos.
Análise de dados e próximos passos
As autoridades utilizam dados de telefonia celular e material de câmeras de monitoramento para tentar localizar os desaparecidos. Medidas cautelares estão sendo implementadas para obtenção de informações telemáticas e denúncias anônimas são analisadas. A Polícia Civil aguarda o processamento desses dados para direcionar novas buscas.
Sobre o perfil dos cobradores paulistas, o delegado-chefe afirmou que, segundo familiares, eles nunca empregaram violência em suas atividades, embora tenham registros de desentendimentos em delegacias.
Negociação sem pagamento
A investigação aponta que a negociação da propriedade rural envolveu a emissão de 10 notas promissórias de R$ 25 mil cada, mas nenhuma delas foi paga, resultando na dívida de R$ 250 mil que motivou a cobrança.
Força-tarefa permanece mobilizada
Todos os locais com possíveis vestígios já foram averiguados. As equipes permanecem de prontidão para novas diligências, e o efetivo do Corpo de Bombeiros permanece na região, pronto para atuar em até 60 minutos caso surjam novos pontos de busca.
Por fim, a Polícia Civil informou que, além das prisões preventivas de Antônio e Paulo Buscariollo, não descarta a solicitação de novos mandados de prisão conforme o avanço das investigações.
Fonte: CGN com informações do O Bemdito.
Vídeo: Portal Umuarama news

