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Quarta-feira, 01 de Outubro de 2025

Engenheira é presa suspeita por fraudes em licenças ambientais no Paraná

Esquema liberava obras de condomínios de luxo em áreas de proteção

Uma engenheira ambiental, de 40 anos, foi presa preventivamente nesta quarta-feira (1) em Curitiba, durante uma operação da Polícia Civil do Paraná que apura fraudes em licenciamentos ambientais no estado.

Ao todo, a polícia cumpriu sete mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva pelos crimes de falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema de informação, desmatamento da Mata Atlântica e fraude em licenciamento ambiental. As diligências contaram com apoio da Polícia Científica do Paraná.

A investigação teve início após auditorias internas e denúncias feitas pelo Instituto Água e Terra (IAT), que apontaram informações falsas registradas pela engenheira no sistema de licenciamento ambiental para viabilizar dispensas irregulares.

Segundo a diretora de Licenciamento e Outorga do IAT, Ivonete Coelho da Silva Chaves, a fraude envolvia laudos falsos e documentos de pessoas já falecidas. "Indicavam que fariam uma obra de paisagismo para conseguir a dispensa do licenciamento, mas, na verdade, desmatavam em áreas de proteção ambiental", afirmou.

De acordo com o delegado-chefe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), Guilherme Dias, a engenheira fraudou, ao longo dos últimos cinco anos, mais de 200 licenciamentos ambientais. "Foram desmatadas áreas de proteção ambiental para a construção de condomínios de luxo em locais que não são passíveis de edificação", declarou.

A Polícia Civil identificou que os licenciamentos irregulares também possibilitaram o transporte e descarte ilegal de resíduos e o desmatamento de mais de 300 mil metros quadrados. "Foram encontrados empreendimentos em reservas hídricas que colocariam em risco nascentes e o abastecimento de água da região de Curitiba", acrescentou o delegado.

A estimativa é de que a investigada tenha obtido cerca de R$ 2 milhões com o esquema.

Ela foi encaminhada ao sistema penitenciário e responderá civil e criminalmente pelos crimes ambientais, assim como os proprietários das áreas, que deverão reparar os danos causados.

Fonte: Bruna Guzzo | Catve.com com Polícia Civil do Paraná

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