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Quinta-feira, 17 de Julho de 2025
Investigada por apagar provas, médica que fez residência em Umuarama é peça central de assassinato no MT
O marido da médica Sabrina Iara, teria descoberto a traição e mandado matar o amante, que também era amigo do casal e costumava se hospedar na residência deles.

A médica ginecologista Sabrina Iara de Mello, investigada por fraude processual no caso da morte de Ivan Michel Bonotto, de 35 anos, fez residência médica em um hospital da cidade de Umuarama. Ela, o marido e um empresário foram alvos da operação “Inimigo Íntimo”, deflagrada nesta terça-feira (15) pela Polícia Civil de Mato Grosso (MT).
Câmeras de segurança de um hospital de Sorriso (MT) registraram o momento em que a médica teria acessado o centro cirúrgico onde Ivan estava internado após ser esfaqueado, e apagado mensagens do celular dele. O homem não resistiu aos ferimentos e morreu após o ataque, ocorrido em março deste ano em um bar da cidade.
A Polícia Civil aponta que o crime teria sido cometido a mando de Gabriel Tacca, marido da médica, que suspeitava de uma traição entre Sabrina e Ivan. Gabriel e Danilo Guimarães — apontado como executor do crime — foram presos nesta terça-feira. Já a médica, embora ainda não presa, é investigada por fraude processual, por ter supostamente tentado apagar provas do celular da vítima e, assim, atrapalhar as investigações.
Segundo os investigadores, Sabrina usou de sua condição profissional para circular pelo hospital e ter acesso ao paciente. As imagens de segurança mostram a médica uniformizada caminhando atrás da equipe que levava Ivan para o centro cirúrgico.
A atuação da médica, que teve formação especializada em Umuarama, agora está sob os holofotes em meio a uma investigação criminal de grande repercussão.
O crime
Inicialmente, o crime foi tratado como “situação decorrente de uma briga em um bar”. No entanto, com o avanço das investigações, os policiais descobriram que os envolvidos no caso se desentenderam por causa de relacionamentos amorosos.
De acordo com a Delegacia de Sorriso, Ivan foi morto pelo comerciante Danilo, na distribuidora em que Gabriel é proprietário. Além disso, o empresário teria encomendado a morte da vítima. No dia 22 de março, Ivan deu entrada em um hospital particular em Sorriso, com diversas perfurações de faca espalhadas pelo corpo. No entanto, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu no dia 13 de abril.
Na época, Gabriel foi ouvido na Delegacia de Sorriso e alegou que o caso se tratava de uma briga motivada por desentendimento relacionado ao consumo de bebidas alcoólicas. Ele afirmou que não conhecia nem mantinha qualquer relação com a vítima nem com o suspeito.
O autor das facadas também se apresentou voluntariamente à polícia, apresentando uma versão semelhante: teria se envolvido na confusão durante uma briga de bar e agido em legítima defesa.
Investigações
No decorrer das investigações, a Polícia Civil constatou que as versões dos dois envolvidos eram falsas. A apuração revelou que a vítima era amigo íntimo do dono da distribuidora onde ocorreu o crime e mantinha um relacionamento amoroso com a esposa dele, a médica Sabrina.
Segundo a polícia, ao descobrir o caso extraconjugal, o empresário contratou Danilo para matar a vítima, simulando uma briga na distribuidora. Porém, imagens de câmeras de segurança mostraram que a vítima foi atraída ao local e atacada de surpresa, pelas costas.
A vítima morava em Tapurah e, sempre que ia a Sorriso, costumava se hospedar na casa do casal. A polícia destacou que os três mantinham um vínculo estreito, com diversos registros de momentos juntos.
Exclusão de provas
Quatro minutos após a entrada da vítima no hospital, a médica compareceu à unidade de saúde alegando ser apenas amiga do paciente. Segundo a polícia, a intenção era acessar o celular da vítima e apagar provas do envolvimento do casal no crime.
Durante o período em que esteve com o aparelho, a médica teria deletado mensagens, fotos e até um vídeo gravado pela própria vítima no momento do ataque. O celular só foi entregue à família três dias depois, já com os arquivos apagados. Ela alegou que apagou os dados para “proteger a vítima”.
Diante dos elementos reunidos, o delegado Bruno França representou pelos mandados de prisão e busca e apreensão contra os dois suspeitos. As ordens foram expedidas pela Justiça e cumpridas nesta terça-feira.
Fonte: Umuarama News

