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Sexta-feira, 23 de Agosto de 2024

Jovem pesca Pintado de quase dois metros no rio Ivaí, no Paraná: '40 minutos de briga'

Nas imagens, é possível ver o espanto e a alegria de Silva e os amigos, que comemoraram não só o tamanho do peixe, mas a vitória depois de tanto tempo lutando com ele.

Se não fossem as fotos, muitos poderiam achar que o episódio vivido pelo jovem Vitor Hugo da Silva, de 22 anos, era "história de pescador". Na semana passada, o guia de pesca fisgou um peixe Pintado de 1,70 m no Rio Ivaí, em São Carlos do Ivaí, no noroeste de Paraná.

"Ele é um peixe difícil de capturar. Quando a gente pega, a gente fica naquela emoção. E eles são muito fortes. Não dá para perceber, mas são uns 40 minutos de briga. Então a gente já esperava que o bicho seria grande, mas não daquele jeito", brinca.

Nas imagens, é possível ver o espanto e a alegria de Silva e os amigos, que comemoraram não só o tamanho do peixe, mas a vitória depois de tanto tempo lutando com ele. 

"É uma pescaria bem difícil. Enrosca bastante, a gente perde umas iscas e as iscas são caras... Mas, a hora que pega um troféu desse, vale à pena. É o sonho de todo pescador", comemora. 

Natural de São Carlos do Ivaí, Silva conta que entrou no mundo da pesca ainda criança, acompanhando o pai. O amor pela atividade foi tão grande que resolveu transformá-la em trabalho.

"Pesco desde os cinco anos de idade com meu pai. Só que era um vício e eu transformei o hobby em profissão já vão fazer dois anos", conta.

Os anos pescando no rio Ivaí fizeram com que Silva adquirisse conhecimento e experiência, algo que contribuiu para que ele começasse a pescar peixes tão grandes.

Ele lembra de quando fisgou o primeiro, há 5 anos:

"Foi uma piapara. É um peixe de menor porte, ela chega a 55 cm, 60 cm. A que fisguei tinha 75cm. Foi depois disso aí que começou tudo", afirma. 

A capacidade de Silva em pescar peixes grandes impressiona. Ele afirma que o Pintado de 1,70m não foi o único que fisgou naquela semana. O guia de pesca diz já ter pescado todos os tipos de peixe existentes no rio Ivaí.

"Este ano eu já peguei vários. Só nessa semana foram quatro. Sábado a gente pegou dois, de 1,60m e 1,63 m. Esse grandão de 1,70 m foi na quinta-feira, sexta a gente pegou outro, de 1,50 m", diz. 

Rio Ivaí 
Questionado sobre o motivo de fisgar tantos peixes grandes, Silva afirma que o rio tem papel fundamental.

"Nosso rio é considerado como berçário dos outros rios. Os outros peixes grandes sobem para poder reproduzir, para depois voltar para o rio Paraná."

Segundo a bióloga Maria Lizama, além disso, a presença de peixes tão grandes na região pode indicar que a qualidade da água esteja boa.

"Os peixes, de uma forma geral, são animais que têm maior sensibilidade, justamente por que eles respiram pelas brânquias e elas têm contato direto com o ambiente, com a água. Se são ambientes muito poluídos, normalmente esse animal tende a sair dessa região e ir para uma região onde ele possa respirar melhor", explica. 

A bióloga avalia que, pelo vídeo, é possível notar que a pesca foi realizada em uma região de corredeira, o que contribui para a presença de peixes maiores.

"Normalmente, em região de corredeira, o que acontece... você tem maior oxigenação da água. Regiões abaixo da corredeira ou na corredeira, elas têm um fluxo de água maior. Isso possibilita o revolvimento da água, facilitando o processo de oxigenação", conta.

Pesca esportiva 
De acordo com a bióloga Maria Lizama, o Pintado é um peixe de grande porte, podendo alcançar até 2 metros de comprimento. Porém, eles não conseguem chegar a esse tamanho hoje em dia, pois são pescados antes de crescer.

"Décadas atrás a gente encontrava peixes grandes. Hoje em dia você não tem mais isso. As populações de grandes peixes estão sendo reduzidas, eles não conseguem chegar a tamanhos grandes", explica. 

Silva é pescador esportivo e diz defender a conscientização de que os pescadores soltem os peixes que capturam.

"Um peixe desse demora para chegar nesse nível de porte dele e é um peixe que reproduz muitos alevinos na temporada da Piracema. Tinha muito predador desses peixes, por que era uma pesca liberada. Só que, como entrou em extinção, tem muito dele. Só que têm poucas pessoas que se conscientizam sobre essa pesca esportiva", afirma.

Fonte: G1 Paraná

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