Foram 71 dias de espera, mas o Grêmio voltou a vencer no Campeonato Brasileiro. A vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense coincide com o retorno da equipe ao Rio Grande do Sul, mas também com a mudança de esquema de Renato. Sem centroavante e com três volantes, o desempenho melhorou e pode ser o caminho para a reação enquanto o time segue com desfalques.

Diante de um adversário também em crise e ainda procurando o melhor modelo de jogo, o Tricolor se aproveitou. O comandante gremista fez aquilo que se esperava e que ele tanto fez em 2023. Moldou o esquema de acordo com o que tinha em mãos e controlou a partida.

O Grêmio dominou o jogo do início ao fim e quase não sofreu risco contra o atual campeão da Conmebol Libertadores e adversário nas oitavas de final, em agosto. O lance mais perigoso do Fluminense foi na cobrança de falta de Terans, aos 37 do primeiro tempo, defendida por Marchesín.

Já o Tricolor mostrava indícios de melhora desde os primeiros minutos. Com Edenilson entre os titulares e apenas Gustavo Nunes e Pavon no ataque, a equipe preencheu o meio-campo e teve mais posse de bola.

Foi Pavon quem teve as melhores chances de abrir o placar na primeira etapa. Nos dois primeiros lances, pegou mal e mandou por cima. Depois parou na boa defesa de Fábio.

O Grêmio não foi um primor técnico. Longe disso. Mas as mudanças no esquema melhoraram o time. Atuando por dentro, Edenilson fez a melhor atuação desde que estreou no clube.

– Sempre falo que sou pago para pensar. Pensei num esquema diferente, mesmo com jogadores nas seleções e no departamento médico. Treinei sexta a parte tática com esse esquema porque eu tinha que mudar alguma coisa. Acho que o mais importante é buscar os resultados até que os jogadores das seleções voltem, que o Diego volte e os reforços cheguem. Hoje inventei esse novo esquema porque estávamos com dificuldades antes. Treinamos sexta, eles assimilaram bem. Tivemos uma vitória importante contra um adversário difícil – comemorou Renato.

Pelas oportunidades que criou, o Grêmio até poderia ter construído um placar mais elástico tivesse um centroavante como Diego Costa em campo. Mas a nova formação, com o meio-campo mais povoado e atacantes de velocidade, parece ser a receita para o time manter a reação no Brasileirão enquanto o técnico sofre com desfalques importantes.

Villasanti já pode retornar nesta semana com a eliminação do Paraguai na Copa América, mas Soteldo segue na competição com a Venezuela. Diego Costa está em Madri tratando a lesão e só deve voltar em agosto. Enquanto isso, a direção busca reforços para o elenco a partir do dia 10 de julho, além de Jemerson, que já está integrado com o grupo.

– Nosso grupo vai ficar forte para sequência do Brasileiro, da Libertadores e Copa do Brasil. Sempre pedi para o torcedor não se desesperar. Confiamos no nosso grupo. Sabemos que estamos devendo. Vamos melhorar. Só com a ajuda do torcedor vamos sair dessa. Temos dois jogos a menos e logo o Grêmio vai para o seu lugar – projetou o treinador.

O desempenho não foi dos melhores, mas o que mais importa para o Grêmio é vencer para sair o quanto antes da zona de rebaixamento. No momento, a equipe gaúcha ocupa a 18ª posição, com apenas um ponto atrás do Vasco, primeiro time fora do Z-4.

Como o técnico já havia adiantado, a volta para casa pode ser primordial para o estado anímico do elenco. Além do lado emocional, o desgaste também vai ser menor nos próximos dias, com treinos em Porto Alegre e jogos na serra gaúcha. O Grêmio volta a campo na quinta-feira, quando recebe o Palmeiras, pela 14ª rodada do Brasileirão, no Centenário.

G1