Notícias da Região | Operação “FAKE FITNESS”
Segunda-feira, 08 de Dezembro de 2025
Vereador e irmão são presos em Cianorte no âmbito da Operação “FAKE FITNESS”; empresário está foragido
Polícia Civil e MPPR concluíram a investigação e aponta esquema sofisticado de falsificação de suplementos
A Polícia Civil do Paraná encerrou a etapa investigativa da Operação Fake Fitness, deflagrada em Cianorte, noroeste do Estado, e que ganhou repercussão após a prisão de um vereador em outubro deste ano. O inquérito detalha o funcionamento de um esquema voltado à produção e à comercialização de cápsulas adulteradas, vendidas como suplementos alimentares supostamente naturais, mas que continham substâncias controladas e potencialmente perigosas à saúde.
Segundo o relatório apresentado pela Polícia Civil, um vereador e um empresário adquiriram cápsulas a granel — sem qualquer controle sanitário — enviadas clandestinamente de Goiás. As cápsulas eram posteriormente manipuladas, envasadas e rotuladas em residências de Cianorte, com embalagens que prometiam benefícios falsos e destacavam, de maneira enganosa, a expressão “100% natural”. Entretanto, exames periciais comprovaram a presença de sibutramina, fluoxetina, tadalafila e quantidades irregulares de cafeína — substâncias cujo uso é regulamentado pela ANVISA e que, em dosagens inadequadas, podem representar sérios riscos à saúde do consumidor.
As investigações também demonstraram que os rótulos utilizados eram falsificados, contendo nomes e CNPJs de empresas reais e legalizadas, que nada tinham a ver com o esquema. A estratégia buscava dar aparência de legalidade ao produto, evitando suspeitas durante eventuais fiscalizações e induzindo consumidores a acreditar na procedência regular dos itens.
Ao todo, quatro pessoas foram denunciadas pelos crimes de associação criminosa, falsificação e adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais. Um dos investigados permanece foragido e possui mandado de prisão expedido pela Justiça de Goiás. Ele é apontado como integrante de um grupo criminoso já investigado na Operação Panaceia, conduzida pela Polícia Civil goiana e voltada à repressão de fábricas clandestinas de medicamentos.
O inquérito também revelou que, mesmo após prisões e apreensões ocorridas na primeira fase da Operação Fake Fitness, em junho, os investigados continuaram comercializando os produtos por meio de plataformas digitais, demonstrando persistência no esquema ilícito.
Os detidos foram encaminhados ao Departamento Penitenciário do Paraná (Deppen), onde permanecem à disposição da Justiça. Na primeira etapa da operação, realizada em 9 de outubro, o vereador e seu irmão, empresário da cidade, foram presos; a esposa do parlamentar foi conduzida para esclarecimentos, ouvida e liberada.
A defesa do vereador divulgou nota oficial afirmando que ainda não teve acesso integral à decisão judicial que determinou a prisão preventiva dos dois irmãos. O advogado declarou estranhar a medida, alegando ausência e fatos novos que justificassem a reclusão após decisões anteriores que teriam considerado a prisão inadequada. A defesa sustenta que irá adotar todas as medidas jurídicas necessárias e que confia na comprovação da inocência dos investigados durante o processo.
Com a conclusão do inquérito, o caso segue agora para apreciação judicial, onde serão analisadas as provas colhidas, depoimentos e laudos técnicos que compõem o conjunto probatório da investigação.
Fonte: Umuarama News

















